Será o fim?

Há exatos 11 dias perdi um amigo e meu marido perdeu o melhor amigo, grande parceiro e irmão de coração e alma. De tão parecidos até o tom de voz e o sotaque sem região definida, mas original demais porque era só deles, criado provavelmente entre uma vodca e outra misturada ou não com qualquer coisa criada pelo Mr. Alquimista do álcool e olhos azuis, isso claro, com apoio e totalmente influenciado pelo não menos maluco daquele que divido a cama todas as noites, meu amado e especial marido.
Desde então venho tentando entender o que é a morte. Será o fim completo da existência? Será o fim de uma fase e inicio de outra em algum outro lugar? Uma etapa em busca da evolução da alma ou espírito? São tantas as interpretações e crenças. Cada religião defende um conceito. Cada ser humano tem uma opinião e uma reação única e intransferível. Cada um tem sua dor.
Uns acreditam em céu ou inferno, acreditam que existe sim uma continuação e que até pode-se falar os mortos. Eu particularmente acho que se trata independente de religião ou crença de uma reação, uma defesa, uma forma de lidar melhor com a perda e a impossibilidade de não poder mais ver, ouvir ou falar com aqueles que tanto amamos e que tanta falta farão. Acredito e respeito tanto que confesso cheguei a invejar uma ou outra crença de alguns tão fieis aos seus dogmas por me parecerem estar sofrendo menos.
No fundo, acho que ninguém, nunca esta preparado para o desapego da carne. Somos por natureza, egoístas. Talvez geneticamente e espiritualmente feitos para não aceitar o fim, a morte.
Meu marido usou: “Fôlego de vida” na Bíblia, Gênesis 2:7 esta escrito: Então o Senhor Deus formou o ser humano com o pó do solo, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida, e ele tornou-se um ser vivente.
Fôlego, sopro da vida. Lindo! e que poderosa expressão! Acalenta-me o coração toda vez que me sinto em pânico com meus pensamentos ainda confusos, não consigo aceitar essa perda. Acho que nem vou. Sempre digo que uma coisa é entender e outra bem diferente é aceitar. Infelizmente não estou preparada para nem um nem outro. Sinto-me decepcionada comigo mesma. Não por mim, sei que o tempo será meu melhor amigo nessa hora, mas pelo meu marido que exala uma tristeza inconsolável e me sinto ignorante demais no assunto a ponto de minimizar sua dor. Harry Potter bem que podia me emprestar sua varinha mágica. Tentaria tirar sua dor mesmo que esta tivesse que ser transferida para mim ou como disse antes, por egoísmo, certamente tentaria voltar o relógio a ponto de não deixar nosso querido e alegre olhos azuis sair de casa, ou quem sabe sendo um pouco mais egoísta ainda, trazê-lo pra mais um encontro entre ele e seu irmão de gargalhas, sotaques e verbetes certamente inesquecíveis e muitas vezes entendido só pelos dois e só deles, como o “falooou” e o engraçado “Oi?” tão usado pra questionar as próprias besteiras que diziam.
A saudade é enorme de você “jovem”!
(Agradeço a Deus pela oportunidade que tive de conhecer alguém tão particularmente especial e principalmente por poder ter tido a chance de ter visto a alegria e simplicidade de convívio entre dois amigos reais.)
Chris, amo você! Força!  *** Lê, valeu por tudo... pelo simples!

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