Charlotte

No ultimo final de semana de setembro, sai de casa a noitinha para um compromisso e logo me deparei com uma pastora que andava como bêbada pela rua. O coração apertou, reduzi a velocidade mas a importância do compromisso me fez seguir. Quase duas horas mais tarde na volta pra casa, lá estava ela, perambulando num ir e vir e ziguezagueando pela mesma estradinha na mesma quadra. Parei o carro. Desci e tentei me aproximar. Após uma hora e sem sucesso, liguei para uma pessoa que tem um imã com animais, em especial dogs e pra resumir após cinco minutos ele a colocou no meu carro e rumamos a busca de um profissional para ajudá-la.
Contei só o inicio da saga. De lá pra cá, muita coisa já aconteceu. Mas, o que realmente me levou aos meus questionamentos foi o que aconteceu através das viciantes redes sociais, especificamente a de Mark Zuckerberg, o facebook.
Após dar aquele trato na Charlotte que ganhou lindamente esse nome do habilidoso Cesar Milan Brasileiro que me resgatou, (estranhou? verdade seja dita, sem ele, nem Charlotte nem eu teríamos nos recuperado desse encontro) publiquei no face algumas fotas da Charlotte já de banho tomado, perfumada e com direito a laço vermelho no pescoço, contando o que houvera e pedindo ajuda aos amigos "faceanos" para adoção da linda cã. Não pra minha completa surpresa, visto que não vivo no mundo de Alice, NINGUÉM, isso mesmo, ninguém comentou, curtiu e que dirá então de compartilhar o post dando a Charlotte a possibilidade de alguém, do universo web, ainda ter preocupações com situações assim e o coração aberto a ajudar, mesmo que um cão velhinho e com problemas de coluna.
Quem sou eu pra julgar? certamente se o fizesse eu estaria em primeiro na cadeira do réu e não seria primário. Quantas vezes eu também ignorei situações assim, quantas vezes no tempo dedicado as redes sociais preferi  ler ou ver um filminho cômico à prestar atenção aos posts da minha prima por exemplo, que do litoral sul de São Paulo, faz o que pode em divulgar maus tratos e abandonos da bicharada. Ela certamente cansada, do que eu só percebi agora por viver a situação, posta comentários e fotos fortes, chocantes, provavelmente querendo chamar atenção ao fato do quanto o ser humano ignora estes tão fiéis amigos, que só querem em troca carinho e ficar perto do dono, quem quando você dá uma bronca após alguma travessura, no instante seguinte vem abanando o rabo como que diz: me perdoa vai.
A intenção desse texto nada mais é que um desabafo. Se com isso eu conseguir tocar o coração de alguém e fazer com que outros se apercebam que este mundo esta nos levando no automático, que viramos marionetes nas mãos do invisível e que este invisível compõem-se da falta de amor ao próximo, de amor a natureza, aos animais, que vivemos no tempo onde o que é errado virou certo, e o que é certo virou deboche e é ridicularizado.
Então meus amigos, não tenho nada contra ao criadores de raças finas e importantes, já fiz isso e tenho a minha amada e inseparável companheira Golden Retriever a Mel. Mas você, que como eu, prefere a luz do conhecimento à escuridão do que é fácil. Adote um vira-lata, resgate um totó e saberá o significado de amor incondicional.

Dedico esse texto a querida Charlotte que esta internada se recuperando e com fé encontraremos um lar digno e com muito amor pra ela.

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